sexta-feira, 20 de maio de 2011

As vezes me sinto assim, tão pequena , tão insignificante...
Adolescente com mais de vinte,
imersa nos meus pensamentos ...esses sim, gigantes  enclausurados.
Embora engane bem,no fundo a solidão me incomoda.
É preciso o calor confortante  de outro corpo,
É preciso que um princípio de incendio venha do sangue,
e que esse sangue ferva, queime até tornar-se incandescência !
Sobreviver nestas noites em que me sinto assim é tocar  em ferida exposta,
parir com dor ou todo amor do mundo a lágrima mais quieta que já derramei.
E outra vez este vazio se instala,(tão dificil tê-lo em mim),
devagar abre seus longos braços,
me arremessando na irreparável desordem de estar só ,
eu e meu tédio , dois estranhos numa casa conhecida ...
Meus olhos escondem alguém ,quem sabe outro mundo ,
Minha boca, a muito intacta de um beijo seu ... deseja ,
mas o gozo perdeu-se em seu sono tranquilo.
Lá fora , nua a noite é mais linda que o sono, mas como eu ,
ao amanhecer está só em sua enorme cama de ilusões,
sem lençóis ou travesseiros .
Um corpo com seus tentáculos,tentando alcançar estrelas ,
Apenas um corpo tentando alcançar estrelas ...


   

domingo, 1 de maio de 2011

Talvez a noite me tome,me torça do avesso...
Curvando sobre a cama meu corpo aceso de tudo.
Talvez me cobre o preço do desejo...febre sem cura.
No quarto ,o inconfundível cheiro da obcenidade,
carícias no fundo sem carinho...apenas urgência com toque macio.
Então do homem o esperma quente,o afeto violento.
Da mulher o ventre ascessível ... fissura  á margem da pele.
Essa segunda pele não exposta,
de tonalidade secreta , íntima transparência ... lento desvairio,inconsciência.
Pele nua , carne viva a arder em febre entre as pernas fecundas.
Frágil fenda, de onde brota e escoa uma natureza crua...doce .
E para que mais serve um corpo quando o cio chega?
Seu conforto,sua tensão.
Um corpo com todos os gritos do mundo !
Num céu de chumbo,sem estrelas ...
 sem constelações visíveis ...teu corpo é meu único norte,
rumo certo a seguir com a palma da mão,
Bendito sentido é o tato...doce perdição!
Há algo de Fênix em mim,
 que morre e renasce,a cada instante em que meu ventre em teu ventre toca,
 pra depois ser apenas mais um pássaro aprendendo a voar,
me lançando frágil em alturas e distâncias cada vez maiores...
...háverá  dia em que voltar será  vaga tentativa .
Hoje esta vontade quase visceral,
de sair correndo portão afora ,até onde o folêgo sucumba,me abata.
Sem pesar as caras a me olharem estarrecidas ...
Correr de cabeça vazia,só pra cansar o corpo ,
porque na alma não há sinal de energia ,só este dormir acordado.
Quebrado em mil pedacinhos, vou sem mapa...
E já não sei em que esquinas estão rolando os cacos...
De vez em quando consigo ouvir o barulho oco ,
Pedaços de mim caindo ,encontrando chão !!!